15 janeiro 2012

2012

Primoridades: fotografar, voltar a pintar e estudar teoria literária.

Continuo firme na série "Pelos céus..", quase troquei o título por "Ando meio desligado...". A idéia é fotografar céus e postar no facebook. O projeto é antigo e surgiu da constatação (e necessidade) de ter uma imagem de alumbramento (como diria Manuel Bandeira) ou epifania (pensando na Clarice) pelo menos uma vez por dia.
No último mês abusei e desabusei do celular, fica a dúvida ainda ... ganha-se tanto com as novas tecnologias: tudo mais rápido, mais prático e mais econômico (nem sempre). Mas quem disse que quero sempre estar a mil, às vezes quero a foto difícil, a foto com história (começo, meio e fim), não mais um arquivo em jpge que vai ficar perdido no Mac...
Ah! Vi Medianeiras, filme argentino, aquele cara roubou minhas fotos rs,rs,rs. Na verdade, mais de uma pessoa me falou que as imagens lembravam muito as minhas fotos. Fiquei feliz, sempre é bom encontrar um olhar gêmeo.
Finalizei 2011, com um olhar meio surreal, e  embora o surrealismo nunca tenha me cativado (salvo o Magritte) realizei uns clics nessa linha, talvez reflexo das loucuras de fim de ano: muito concreto e poluição, com direito a muito café pra atacar o fígado...

Inauguro o ano de 2012 nesse tom mais confessional, diário virtual ... que sejamos mais confessionais com nossos desejos...





11 novembro 2011

"O diabo na rua, no meio do redemoinho..." (Guimarães Rosa)

"Os artifícios, armadilhas, para apanhar a sombra.
Sair por exemplo, a meio da manhã, com a máquina fotográfica a tiracolor, antes do sol demasiado alto começar a comer as sombras, à hora em que ainda se encontram vestígios da humidade da noite e há uma frescura toda nova nos caules e nas folhas. Procurar o melhor local, o melhor ângulo, o melhor enquadramento, e espreitar pelo visor da máquina.
A estabilidade é um factor fundamental. [...]" ( da escritora portuguesa Teolinda Gersão em "Os guarda-chuvas cintilantes, 1984"

Diferente da personagem da Teolinda fotografei no começo da noite e estava com o olho em transe. Lógico que ninguém fica possuído quando está executando um "ofício" artístico, mas que ocorre uma química interna diferente, isso é fato.
Comecei a fotografar na USP, terminei em Pinheiros, mesmo bairro onde foi escrito o livro Os guarda- chuvas cintilantes...
















06 novembro 2011

Fotografia tem disso...

O que mais me agrada na fotografia abaixo é a composição.

Já tinha quase terminado minha caminhada, antes da aula noturna do curso de Letras e após uma semana de ar condicionado e persianas cinzas, vi de relance as florzinhas coloridas e um bom contra-luz.
Dei uns passos, retrocedi no rumo e peguei a falsa-amiga-polaroid (o celular com seu app).
Lembrei do Carlos: "no início, trabalhe somente com um tipo de lente, uma única distância focal, com o tempo você terá domínio sobre os pontos de vista que deseja e o alcance de qualquer lente que estiver usando." Bom era mais ou menos isso, o Carlos Moreira foi meu professor/mestre de fotografia há uns dez anos, abandonei as aulas por causa das broncas que levava, era um elogio e uns setes "esporros", aquilo foi me travando e um belo dia sumi. Mas levei carinhosamete o Carlos comigo - sem que ele soubesse. Assim, sempre que consigo ver o enquadramento, antes de olhar o visor da máquina, saudo o mestre.
Então como estava contando, sabia que o efeito do contra-luz numa diagonal e florzinhas claras num fundo escuro dariam um bom resultado e já acertei na composição de imediato. Primeiro cliquei a cena sem ninguém, depois inclui um sujeito sentado num banquinho, então resolvi fazer outras tomadas de acordo com a passagem dos estudantes, passou um garoto de bicicleta que quase deu certo, mas foi o casal de jovens que garantiu a cena.
A foto ficou com tom desprencioso, jovens que caminham em direção a uma luz acolhedora e somente duas cores de flores que se harmonizam no espaço. O que eu queria era um pouco de amor pois foi somente na foto seguinte que tomei consciência de como eu estava me sentindo.
Fotografia tem disso ... Ufa era sexta-feira...

02 novembro 2011

No lusco-fusco

Sobra pouco tempo pra fotografar durante o dia, então...




E o celular tem sido aquela polaroid safada porém amiga. Andando ali pela USP, lembrei do Monet...






Estou sentindo falta de uma saída bressoniana.

15 outubro 2011

Mangue em Cubatão

Um dia de chuva, vento frio, desejo de mar ... lembrei da Rosely Nakagawa e o desafio de fotografar em situações adversas.
Como experiência de vida fica a calma dos pescadores, o quase silêncio do mangue e o incomodo em ver tanta poluição e desigualdade social.
Fotografar ... sempre.













14 outubro 2011

Chuva em Cubatão

Deixo o post em meio a correria diária.
As imagens originais foram feitas em Cubatão (SP).
O restante segue no próximo post...





02 outubro 2011

Um bom pop e uma fotografia "muderrna"

A visualidade contemporânea passa pela linguagem dos videos clips. 
Eu, como os da minha geração, nascidos no século passado, tento me adaptar a agilidade digital e a reflexão bressoniana. Acho que a fotografia passa por um estágio de adolescência...Forma e conteúdo, relexões caras a linguística servem para a imagem.
Com tanta tecnologia as carências ainda existem. Bem enquanto tateamos, vou curtindo meu sonzinho...

Mais experimentação

Um pouco mais de apps a partir de imagens do centro de São Paulo e na USP.